Em uma descoberta importante para a biotecnologia e proteção de culturas, cientistas da Universidade Agrícola de Qingdao – China, liderados pelo professor Liang Wenxing da Escola de Medicina Vegetal, avançaram na compreensão de como o fungo patogênico Fusarium oxysporum interage com o tomate. O estudo, publicado na revista Nature Plants, analisa em detalhes o mecanismo molecular da proteína efetora do fungo, que inibe as defesas do tomate, e como a planta reage utilizando sua própria proteína de resistência.

A pesquisa foca na interação entre o fungo Fusarium oxysporum, causador da murcha de fusarium em tomates, e a proteína 1 relacionada à progressão da doença, um “guardião” natural da planta. De acordo com o professor Liang, essa proteína desempenha um papel crucial na proteção das plantas ao impedir que a proteína efetora do patógeno invada as células do hospedeiro a partir de uma área chamada apoplasto, que fica entre a parede celular e a membrana celular das plantas. O apoplasto é descrito como um “campo de batalha” entre o sistema de defesa da planta e os ataques dos patógenos.

Os pesquisadores descobriram que o peptídeo N-terminal da proteína 1 relacionada à patogênese impede a entrada das proteínas tóxicas secretadas pelo fungo na célula da planta. Ao fazer isso, ela protege o tomate, promovendo resistência contra a murcha de fusarium. Este novo entendimento sobre a interação entre o tomate e o Fusarium oxysporum pode abrir caminhos para o desenvolvimento de soluções mais eficientes e sustentáveis para o controle de doenças em plantas, sem a necessidade de pesticidas químicos.

Liang Wenxing destacou que, embora já se soubesse da importância dessa proteína para a resistência a doenças em plantas, o mecanismo exato de sua ação na defesa do tomate contra fungos patogênicos permanecia desconhecido até agora. Este estudo não apenas revela como o fungo usa a separação de fases para atacar a imunidade da planta, mas também como o tomate emprega um mecanismo inovador para se defender da toxicidade do fungo.

A descoberta tem implicações significativas para a agricultura, oferecendo uma base molecular para o desenvolvimento de estratégias de controle de doenças de plantas que possam reduzir a dependência de produtos químicos e melhorar a segurança alimentar. “Esse tipo de conhecimento pode transformar a maneira como abordamos o controle de doenças em plantações essenciais como o tomate”, conclui Liang.

Disclaimer: Este artigo foi criado com base em informações divulgadas originalmente pelo Diário de Ciência e Tecnologia em 21 de outubro de 2024. O conteúdo foi adaptado respeitando os direitos autorais e as informações fornecidas pela Universidade Agrícola de Qingdao.