O alecrim, uma planta popularmente associada à melhora da memória, está ganhando atenção científica devido a um estudo recente que sugere benefícios cognitivos. Pesquisadores da Universidade de Northumbria, no Reino Unido, liderados pelo professor Mark Moss, conduziram um experimento para avaliar o efeito do óleo essencial de alecrim na “memória futura” – a capacidade de lembrar de ações planejadas, como tomar um medicamento ou comparecer a compromissos.

No experimento, 60 voluntários foram divididos em três grupos: um exposto ao aroma de alecrim, outro ao aroma de lavanda e um terceiro grupo sem fragrância. O objetivo era observar o desempenho dos participantes em tarefas de memória futura, analisando se o óleo essencial de alecrim teria um efeito positivo nessa função. A escolha da lavanda como controle adicional foi feita porque essa planta, conhecida por seu efeito calmante, geralmente é associada à sedação e ao relaxamento. Os pesquisadores queriam comparar se o efeito sedativo da lavanda teria impacto contrário ao do alecrim.

Os resultados mostraram que o grupo exposto ao óleo de alecrim teve um desempenho significativamente melhor nas tarefas de memória futura, enquanto o grupo que inalou o aroma de lavanda apresentou uma ligeira queda no desempenho. Esse efeito positivo do alecrim pode estar ligado ao composto 1,8-cineol, que, segundo os pesquisadores, pode agir sobre o sistema nervoso central ao inibir a degradação de neurotransmissores essenciais para a memória, como a acetilcolina. Esse mecanismo de ação lembra o de alguns medicamentos usados para tratar demências, sugerindo que o alecrim pode ter potencial terapêutico.

Além dos compostos ativos, o método de administração pode influenciar os efeitos observados. A inalação é uma forma eficaz de levar moléculas ao cérebro, já que permite que elas entrem rapidamente na corrente sanguínea e alcancem o sistema nervoso central sem passar pelo trato digestivo, onde alguns compostos poderiam ser degradados.

A equipe de pesquisa reconhece, no entanto, que esses resultados são modestos e precisam de mais estudos para verificar o impacto real e a segurança do uso do alecrim para melhorar a memória futura. Embora os resultados sejam promissores, eles ainda não são conclusivos e não devem ser considerados como uma solução completa para problemas de memória. Especialistas reforçam a necessidade de acompanhamento e orientação de profissionais de saúde para o uso de óleos essenciais e plantas medicinais, especialmente em casos de condições de saúde delicadas.

Disclaimer: Esses achados ressaltam o potencial do alecrim para fins terapêuticos, mas não substituem tratamentos convencionais. O uso de óleos essenciais pode gerar efeitos colaterais e deve ser feito sob supervisão médica.

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